Crianças não diferenciam viver e brincar
“Crianças não diferenciam viver e brincar.”
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Essa frase, apesar de simples, carrega uma sabedoria imensa.
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Se conseguíssemos lembrar disso DIARIAMENTE, brincaríamos muito mais com nossos filhos. Brincaríamos na troca de fralda, na alimentação, no banho, na escovação dos dentes. Brincaríamos no trajeto para a escola e depois na volta para casa. Brincaríamos separando a roupa para lavar e depois estendendo a roupa no varal. Brincaríamos arrumando a cama ou guardando os brinquedos. QUALQUER situação é uma oportunidade de brincar para uma criança.
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É através do brincar que elas desenvolvem uma série de habilidades e constroem CONEXÕES profundas com quem cuida delas.
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Que possamos aproveitar essa fase e olhar para o brincar como algo sagrado, um momento de troca, de entrega e de afirmação para a criança do quanto ela é importante.
Mais do que trazer informações, meu desejo é inspirar a colocarmos em prática - o máximo possível! ♥️
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Transtorno de Desenvolvimento da Linguagem - TDL
Ontem foi dia de estudar ainda mais sobre o TDL ou Transtorno do desenvolvimento de Linguagem. Um transtorno TRÊS VEZES mais prevalente do que o TEA que afeta a capacidade de APRENDER LINGUAGEM. Essas dificuldades são persistentes - acompanham o indivíduo ao longo de sua vida - e significativas - têm impacto funcional em sua rotina.
Não está relacionado a nenhuma outra condição biomédica. Aliás, se existe uma condição biomédica - por exemplo uma crianças com TEA que apresenta dificuldades persistentes de linguagem - não existe TDL.
⚠️Não tem relação com capacidade COGNITIVA, ou seja, as crianças com TDL são tão inteligentes quanto crianças sem TDL. Apesar disso, muito frequentemente elas têm a sua capacidade intelectual questionada - para dizer de uma forma menos ofensiva do que vemos, infelizmente - ou de preguiçosas. E isso acontece porque o TDL ainda é um transtorno desconhecido/ignorado por muitos profissionais de saúde e ainda mais pelas familias, dificultando a intervenção precoce, a oferta de apoio necessário e prolongando o sofrimento destas crianças.
⚠️E aqui, um outro aspecto de EXTREMA importância: os achados clínicos, ou seja, as dificuldades e comportamentos observados nos quadros de TDL e TEA - em crianças pequenas especialmente - podem ser MUITO SEMELHANTES e trazer dúvidas para os profissionais que irão avaliar a criança. No entanto, só tem dúvida quem conhece!!!! E se o profissional desconhece o TDL, as chances de um erro diagnóstico acontecer, são significativas.
É urgente falarmos cada vez mais sobre o TDL.
Se você pensar em todas as pessoas que conhece, nas características de cada uma, chegará a conclusão de que cada pessoa é única, certo?
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Umas mais altas, outras mais baixas, diferentes pesos; diferentes formas de aprendizagem, maior habilidades para uma coisa, menor habilidade para outra, aquelas que são mais expansivas, outras que são mais caladas e por aí vai...mas você já parou pra se perguntar o que é que faz com que as pessoas, até mesmo gêmeos geneticamente idênticos, possam apresentar comportamentos, habilidades, saúde e realizações tão diferentes?
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Esse é o papel da epigenética, um ramo da ciência que se dedica a estudar e explicar de que forma o ambiente, as experiências, o tipo parentalidade vão influenciar na expressão dos genes e produzir diferenças individuais no comportamento, na personalidade, na capacidade de aprendizagem, formação e armazenamento de memória e até no desenvolvimento de psicopatologias e dependência química.
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E a infância, essa fase inicial da vida onde o desenvolvimento cerebral acontece de maneira surpreendentemente rápida, é um período potente para as alterações epigenéticas.
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Experiências de apoio, atenção, afeto, segurança, ambientes de estímulo, oferta nutricional de qualidade e tudo o que envolve os cuidados de uma criança são determinantes para a construção de capacidade futura de saúde, habilidades e resiliência.
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“Estamos vivendo uma revolução científica neste momento que mostra que todo debate entre inato vs. adquirido, genética vs. ambiente na verdade acabou. Não é um ou o outro, são os dois.”
Dr. Jack P. Honkoff - Diretor do Center on the Developing Child - Harvard University
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É fundamental olharmos com atenção especial às nossas crianças!